sexta-feira, 3 de julho de 2009

A América antes de Colombo


Não se sabe exatamente quantas pessoas viviam na América ao final do século XV, quando chegaram os primeiros navios europeus. As estimativas divergem: vão entre 12 milhões a 80 milhões de habitantes. Pesquisadores afirmam que essa população foi formada pela migração de povos vindos da China ao Alasca, pelo Estreito de Bering, há cerca de 50 mil anos.
Os homens daqueles tempos ainda não conheciam a agricultura e se deslocavam nos rastros das manadas de animais de caça. Desse modo, espalharam-se por todas as partes do mundo. Alguns estudiosos defendem a tese de que imigrantes vindos da Polinésia, pelo Oceano Pacífico, chegaram à América pré-colombiana.
Podia-se encontrar todo tipo de organização social entre os milhares de grupos do continente. Havia populações nômades caçando, pescando e coletando seu alimento - como, por exemplo, os tupinambás, os potiguares e os yanomamis no Brasil, os charuas no Uruguai e os esquimós no Alasca.
Surgiram também civilizações agrícolas sofisticadas, com estado centralizado, cidades enormes, produção em larga escala e forte atividade comercial. Os maias, os incas e os astecas alcançaram um estágio mais elevado de evolução cultural na América. Isso ainda hoje pode ser visto em monumentos e nas ruínas de suas cidades que tiveram quase meio milhão de habitantes cada.
Os incas e os astecas eram herdeiros de antigas e complexas tradições do continente e estavam no auge de sua civilização quando tiveram os primeiros contatos com os europeus. Os maias, por volta do XVI, já tinham praticamente desaparecido, incorporados ao Império Asteca.
Os incas habitaram a região andina, em um território que se estendia do que é hoje o norte do Chile até a atual Colômbia. Já os astecas viveram na Meso-américa, área que engloba o território ocupado pelo México e o norte da América Central.
Mesmo vivendo em regiões muito próximas, os povos andinos e mesoamericanos tiveram pouco contatos। Possuíam, porém, algumas características em comum. Dentre elas se destacam:


  • Organização política - era marcada pela forte centralização. Soberanos auxiliados por uma extensa burocracia, da qual fazia parte uma casta de nobres, sacerdotes, e guerreiros. Essa nobreza concentrava boa parte da riqueza do país. Já os maias tinham cidades independentes como as pólis gregas.

  • Agricultura - era a principal atividade econômica. O milho, a batata, a mandioca e o feijão eram os produtos mais importantes. Uma atividade comercial expressiva levou a abertura de quilômetros de estradas nos dois impérios, facilitando a circulação de pessoas e mercadorias.

Incas e astecas viviam em sociedades rigidamente hierarquizadas. A classe dominante, formada pelos nobres, sacerdotes e guerreiros, era sustentada pelo trabalho de uma numerosa população de servos e escravos. Tenochtitlán era a capital dos astecas com mais de quatrocentos mil habitantes no início do século XVI. Cuzco e Machu Picchu (hoje no Peru) foram importantes centros urbanos incas.


Ambos os povos possuíam conhecimentos de matemática, geometria e arquitetura que se manisfestavam nas gigantescas pirâmides (no caso dos astecas) e nas cidades que construíram, onde eram realizados cultos religiosos aos diversos deuses que eram adorados por esses povos. Os sacrifícios humanos eram uma prática constante nessas comunidades.


Apesar de não conhecerem o ferro e nem a roda, incas e astecas desenvolveram técnicas avançadas para a metalurgia do bronze, da prata e do ouro.


Os astecas estudavam os astros e tinham a noção de que a terra cumpria um ciclo em torno do Sol que durava 365 dias.


Astecas e maias desenvolveram uma forma de escrita pictográfica, isto é, o registro ou a ideia de uma narrativa em um conjunto de imagens.


Boa parte das escritas dos astecas foi recuperada e decifrada, fornecendo aos estudiosos uma imensa fonte de informações. A dos maias ainda resta quase indecifrável. Já os incas não tinham escrita, mas contavam com um complexo sistema de registros numéricos, usado para a contabilidade da produção e das atividades comerciais.