domingo, 31 de agosto de 2008

Da crise da República ao fim do Império Romano



A conquista de novos territórios acabou enriquecendo um pequeno grupo de famílias que se encarregaram de governar e administrar as riquezas. Ser governador de uma província era o mesmo que ter ganho um atestado de riqueza. Foi assim que um pequeno grupo, ligado ao Senado, tornou-se praticamente dono da república.
As causas das lutas sociais
Após as guerras, as terras conquistadas eram repartidas entre soldados e colonos romanos. Na realidade, essas terras foram entregues a minorias privilegiadas, ligadas ao Senado. Formaram-se, assim, grandes propriedades, chamadas latifúndios, cultivadas por milhares de escravos, que chegavam como prisioneiros de guerra.
Com a mão-de-obra gratuita dos escravos, os produtos dos latifúndios chegavam a Roma com preços muito baixos, arruinando os pequenos produtores. Para saldar suas dívidas, os colonos tiveram de vender suas terras aos próprios ricos, e acabaram por se juntar ao imenso batalhão de desempregados e mendigos que viviam em Roma.
Não demorou para que se formassem dois partidos, cujos interesses eram radicalmente opostos.



  • De um lado, o Partido Senatorial, formado pela minoria, queria que as
    coisas ficassem como estavam.

  • Do outro lado, o Partido Popular, mais numeroso, mas carente de líderes
    que o organizassem, lutava para diminuir os poderes do Senado.

A luta entre os partidos foi áspera e violenta, e terminou numa sangrenta guerra civil.



Os reformistas
Nesse clima de disputa, surgiram personagens que se dedicaram a promover reformas para melhorar a situação social da maioria dos cidadãos.
O líder do Partido Popular não demorou a surgir. Em 133 a. C., Tibério Graco foi eleito tribuno. Apesar de ser de uma família patrícia, Tibério simpatizava com as causas populares. Ele propôs a lei da Reforma Agrária, em que o Estado deveria dividir as terras em benefício das famílias pobres.
Os ricos, ligados ao Partido Senatorial, assassinaram Tibério e o seu projeto foi esquecido. Dez anos depois, seu irmão mais novo, Caio Graco, aprovou leis que beneficiaram os pobres, distribuindo comida e combatendo o desemprego. Também propôs medidas simpáticas ao Partido Senatorial. Quando tentou conceder a cidadania romana aos demais habitantes da península Itálica, enfrentou a oposição de ricos e pobres. Perseguido pelo Partido Senatorial, suicidou-se em 121 a.C.
Pouco tempo depois do assassinato de Caio Graco, o partido Popular elegeu Caio Mário, militar filho de camponeses. Os sucessos militares de Mário fortaleceram sua posição no partido. A partir desse momento, o exército romano deixou de ser nacional para tornar-se uma força fiel ao chefe. Mário foi eleito cônsul durante seis anos seguidos. Apesar disso, as tão desejadas reformas não se concretizaram.



A primeira guerra civil
Enquanto os dois partidos se desafiavam, aconteceu uma rebelião na Ásia Menor. O Senado declarou a guerra contra Mitridates, rei do Ponto, e nomeou Sila, líder do Partido Senatorial, que já havia sufocado uma revolta de italianos contra o poder romano, como comandante do exército. O Partido Popular não aceitou a nomeação de Sila. Foi o início da guerra civil.
Os dois partidos lutaram nas ruas até que Sila venceu. O Partido Popular foi esmagado e o Partido Senatorial revogou todas as leis que concediam benefícios aos pobres.
Quando terminou a guerra contra Mitridates, Sila teve de voltar para Roma às pressas. Mário havia retornado e iniciado a perseguição aos senatoriais. Sila tornou a entrar com suas tropas em Roma, disposto a derrotar Mário definitivamente. Mário morreu no meio do conflito; e os populares, mal-organizados, não conseguiram enfrentar as tropas de Sila. Após uma terrível matança, Sila dominou a cidade.
O Senado o nomeou ditador perpétuo. Sila decretou a pena de morte para os membros do Partido Popular. Milhares de pessoas foram vítimas de torturas e assassinatos. Sila também aproveitou para reformar as leis, conforme os interesses de seu partido.



  • O Senado se transformou na autoridade máxima da república.

  • Os tribunos e os comícios populares perderam todo o poder.

Em contrapartida, Sila incentivou a construção de obras públicas e distribuiu terras entre os soldados, para diminuir o desemprego. Em 79 a.C., Sila devolveu seus poderes ao Senado e etirou-se.



A luta pelo poder
Depois da retirada de Sila, a liderança do Partido Senatorial ficou por conta dos novos cônsules, os generais Pompeu e Crasso. Eles revogaram as leis repressivas, restabeleceram o poder dos tribunos e diminuíram o poder do Senado. Dessa maneira, a situação política ficou mais equilibrada.
Apesar disso, Roma teve de lidar com várias revoltas, como a de Espártaco, em 72 a.C., que comandou uma sublevação de mais de 70 mil escravos. Também os piratas do Mediterrâneo, aproveitando a confusão, desorganizaram o comércio de Roma.
Esses acontecimentos proporcionaram um bom pretexto para que Pompeu aumentasse sua popularidade, esmagando o que restava da sublevação de escravos.

Um comentário:

fernanda disse...

muito bom! muito obrigada