domingo, 31 de agosto de 2008


O Primeiro Triunvirato
Quando Pompeu anunciou que voltaria a Roma, o Senado promoveu uma campanha difamatória, procurando desmoralizá-lo. A essa altura dos acontecimentos, o tribuno Caio Júlio César voltara da Espanha, onde havia realizado um excelente governo. Pompeu aliou-se a Júlio César e a Crasso para derrotar o Senado, em 60 a.C. Eles juraram que apoiariam uns aos outros na repartição das magistraturas. Isso permitiu que governassem sem o Senado. O pacto entre os três foi chamado de triunvirato, o governo de três varões.
Esse pacto, entretanto, não durou muito tempo, pois, mais cedo ou mais tarde, o governo seria exercido por um só homem, o mais forte dos três.


Júlio César (100 a. C.-44 a. C.)
Júlio César sempre simpatizou com as causas populares, pois também era sobrinho adotivo de Mário. Ocupou todos os cargos públicos que um cidadão romano podia ocupar. Além disso, provou uma nova lei agrária e reformou as demais leis. Foi assim que conquistou a confiança dos mais pobres e o temor do Senado.


A segunda guerra civil

Após conquistar a Gália, César tornou-se o homem mais poderoso de Roma. Insatisfeito, Pompeu rompeu a aliança do triunvirato e juntou-se ao Partido Senatorial. Ele forçou o Senado a proclamá-lo ditador e exigiu que César voltasse para Roma sem os seus exércitos. Estimulado pelas tropas que liderava, César atravessou o rio Rubicão com seu exército, o que era proibido pelas leis romanas. Começava a segunda guerra civil. César, vitorioso, entrou em Roma, escolheu
um novo Senado e anistiou, ou seja, perdoou, todos os seus opositores. Uma vez tomadas essas medidas, perseguiu Pompeu, que fugiu para o Egito. Lá foi assassinado, e César elegeu Cleópatra rainha do Egito.
Depois de derrotar os últimos aliados de Pompeu, César foi proclamado o pai da pátria e pôde, então, realizar várias reformas.


A ditadura de César
César foi nomeado ditador perpétuo e imperator, que significava chefe absoluto das forças de mar e terra, além de pontífice máximo, ou seja, principal sacerdote romano.
A preocupação fundamental de César foi a reorganização da administração romana. Realizou várias reformas muito importantes.


  • Fez com que o Senado fosse internacionalizado, ou seja, seus 900 membros não seriam apenas cidadãos nascidos em Roma.

  • Decretou o fim da escravidão por dívidas, repartiu terras e fundou colônias.

  • Moralizou a administração, realizou grandes obras públicas e reformou o calendário.

O fim de César
A aristocracia dos senadores não suportava a idéia de que César se tornasse rei. Para impedir que isso ocorresse, em 44 a.C., César foi assassinado com 28 punhaladas, uma delas dada pelo filho adotivo, Bruto. Quando o viu no meio dos assassinos César lhe disse: “Até tu, Bruto?”.



O segundo triunvirato
Após o assassinato, Marco Antônio, Otávio e Lépido formaram o segundo triunvirato. Iniciaram-se perseguições. Quase todos os membros do Senado foram aniquilados. Finalmente, decidiram dividir o governo em três partes. Lépido renunciou ao seu quinhão. Só restaram Otávio e Marco Antônio: um dos dois estava “sobrando”.


A terceira Guerra Civil


O governo de Otávio pôs fim às perseguições. Enquanto isso, Marco Antônio se instalou em Alexandria e casou-se com a rainha Cleópatra. Ele prometera a Cleópatra que a transformaria em rainha de Roma. Otávio usou isso como pretexto para livrar-se de Marco Antônio, declarando guerra ao Egito. Em 31 a.C., a frota egípcia foi derrotada, e Cleópatra e Marco Antônio se suicidaram. A partir daquele momento, o Egito passou a ser uma província romana. Otávio era o único dono do poder em Roma. Ele inaugurou uma nova forma de governo, o império, que durou quinhentos anos



O império cristão
Os romanos sempre foram tolerantes com outras crenças e religiões. Apesar disso, alguns imperadores rejeitaram o cristianismo e o consideraram um “perigo público”. Para eles, o cristianismo não era apenas uma nova crença, mas um novo sistema de vida que se contrapunha ao romano. Cristo pregava o amor, a misericórdia e o perdão: o que importava era levar uma vida virtuosa.
Os cristãos rejeitavam os cultos pagãos e se recusavam a reverenciar o imperador como se fosse um deus.



As perseguições
O confronto entre os cristãos e as autoridades imperiais começou trinta anos após a morte de Jesus e se prolongou durante três séculos, com intervalos.
Em geral, a atitude do Estado romano diante do cristianismo era de indiferença. Alguns imperadores perseguiam os cristãos porque eles se recusavam a pagar impostos e a adorar os deuses oficiais do Estado.
A falta de moral e a situação calamitosa do império no século III inverteram essa situação. A partir da conversão do imperador Constantino, o cristianismo se tornou a religião oficial do império.



Constantino e o triunfo cristão
Ao vencer uma batalha contra um aspirante a imperador, Constantino
se converteu ao cristianismo e promulgou o Edito de Milão (ano 313), estabelecendo
a liberdade de culto em todo o império.
A partir desse momento, e dada a crise generalizada, o cristianismo ganhou
terreno. Ele prometia, a homens e mulheres, a salvação pessoal. Além disso,
as comunidades cristãs ofereciam serviços, tais como cuidado de crianças e
sustento dos desprotegidos. Começam a surgir os primeiros templos e escolas
públicas cristãs.
Nessa época, a igreja cristã adotou o cerimonial imperial e se submeteu
ao controle do Estado romano.



O desmoronamento do Império do Ocidente
Assim como o cristianismo conquistou o império por dentro, outros invasores quebraram o poder militar que mantinha as fronteiras. O avanço dos hunos, vindos das estepes asiáticas, provocou o deslocamento dos povos germânicos próximos das fronteiras romanas. Em 378, 200 mil visigodos invadiram o império e ocuparam a Trácia. Outros povos germânicos imitaram o exemplo dos visigodos e, em pouco tempo, a penetração de povos germânicos tornou-se violenta. Visigodos e vândalos saquearam Roma e o império.
Os germanos que invadiram o Império do Ocidente não viviam em cidades. As cidades se reduziram a fortificações: a decadência da vida urbana é uma das principais marcas do novo período histórico que se inicia. A economia tornou-se estritamente agrícola: a produção dos campos apenas dava para alimentar os trabalhadores rurais e sustentar os senhores das terras.



O Império do Oriente
A parte oriental do Império Romano sobreviveu durante mais mil anos. A partir do século VI, o Oriente começava uma vida própria, e a Europa Ocidental iniciava um longo período deconstrução.



A cultura romana e seu legado
Roma deixou para o mundo um legado construído ao longo de mil anos. Povo de organizadores, deixou-nos um sistema de direito. O respeito que os romanos tinham pela cultura dos submetidos lhes deu uma civilização internacional. Mas eles também foram responsáveis pela romanização de vários povos. Seus valores eram assimilados pelos demais povos europeus e continuaram regendo a vida das pessoas durante o período que ficou conhecido como Idade Média.

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