quinta-feira, 31 de julho de 2008

A Grécia Clássica

A guerra entre gregos e persas foi, na realidade, o primeiro enfrentamento de dois modos de vida e duas culturas totalmente diferentes. De um lado, estavam as cidades gregas e suas formas democráticas. Do outro, o império persa, com seus imperadores absolutistas.
Depois das guerras, a cultura grega, em especial a de Atenas, viveu seu melhor momento. É por isso que os historiadores chamam esse período da história da Grécia de clássico.


As guerras entre gregos e persas
A guerra começou quando a cidade de Mileto quis se rebelar contra os impostos cobrados pelos persas. No ano 500 a.C., Mileto, com a ajuda de Atenas, improvisou um exército e atacou a cidade de Sardes, o centro de uma província persa.
Mas o poderoso exército persa logo os derrotou. Depois desse episódio, todas as colônias gregas da Ásia Menor foram dominadas e severamente castigadas pelos persas.
Dario, o imperador da Pérsia, exigiu a rendição das cidades gregas.
Quase todas as cidades se renderam, menos Atenas e Esparta. Foi assim que começou a primeira guerra médica, assim chamada porque os gregos achavam que os persas eram os medos, um dos povos ários que vimos antes.


A primeira guerra médica (490 a.C.)
Os atenienses, que esperavam reforços de Esparta, enfrentaram os persas sozinhos. Apesar da desvantagem, pois não tinham tantos soldados assim, conseguiram vencê-los. Os persas se retiraram. Logo depois, Atenas iniciou a construção de uma frota de 400 navios e se transformou na potência marítima do Mediterrâneo.

A segunda guerra médica (479 a.C.)
Quando Dario, rei dos persas, morreu, em 485 a.C., foi sucedido pelo filho Xerxes, que preparou um exército imenso e uma frota de mais de 4 mil navios.
Atenas e Esparta se uniram, mais uma vez, para enfrentar o inimigo comum. Eles decidiram esperar os persas no desfiladeiro das Termópilas.
Dessa vez, a sorte jogou contra os gregos. Por causa dos Jogos Olímpicos, o exército espartano estava desfalcado e enfraquecido. Os espartanos, liderados pelo rei Leônidas, foram derrotados nas Termópilas.
Os persas chegaram a Atenas, incendiando e destruindo boa parte da cidade.
Apesar disso, os atenienses ainda tinham sua frota de navios e conseguiram derrotar os persas no estreito de Salamina.
Animados pela vitória em Salamina, os espartanos conseguiram derrotar os persas na batalha de Platéia, no mesmo ano de 479 a.C.
Depois de várias vitórias, as cidades gregas decidiram formar uma confederação para derrotar os persas definitivamente. Eles escolheram o santuário de Apolo, na ilha de Delos, como sede.
Depois disso, as cidades gregas transferiram a sede para Atenas. Quando as guerras médicas terminaram, depois de os gregos reconquistarem as ilhas do mar Egeu, Atenas tinha, de fato, se convertido no centro de um império.


A vez de Atenas: o governo de Péricles
Nesse momento, surgiu em Atenas um personagem: Péricles, que governou durante mais de trinta anos. Ele foi o responsável pela reconstrução da cidade.
Rodeado de sábios e artistas e auxiliado pela mulher, Aspásia, sua época ficou conhecida como “o século de Péricles”.


O imperialismo ateniense
Os cidadãos atenienses gostavam muito da democracia que criaram. Apesar disso, não usavam esses princípios quando se relacionavam com as outras cidades gregas.
Péricles criou colônias atenienses em lugares estratégicos da Grécia. Mandava os cidadãos mais pobres de Atenas para as colônias, a fim de manter o predomínio de Atenas sobre as demais cidades. A moeda de Atenas se impôs em todo o Mediterrâneo oriental.
Com o passar do tempo, as cidades confederadas começaram a achar que o peso dos impostos que Atenas lhes cobrava estava se tornando insuportável.
Em 447 a.C., a cidade de Tebas, apoiada por Esparta, se desligou da Liga, proclamou sua independência e derrotou as tropas que tinham sido enviadas por Atenas para sufocar a rebelião.


A guerra civil: a decadência do mundo grego
A luta entre os gregos durou trinta anos e culminou com a decadência das cidades gregas. Atenas perdeu seu império. Esparta controlou a situação durante um breve período, até que foi derrotada por Tebas.

A Guerra do Peloponeso (431 a.C.-404 a.C.)
Como já vimos, bastou um pequeno pretexto para que a luta entre Atenas e Esparta começasse.
Sitiada por mar e por terra, debilitada pela fome e pelas lutas internas, Atenas se rendeu em 404 a.C. Foi obrigada a entrar na Liga do Peloponeso e a reconhecer o predomínio de Esparta. O poder militar ateniense tinha acabado para sempre.

O predomínio de Esparta
Esparta foi o centro do mundo grego durante algum tempo. Para manter essa posição, porém,
Esparta teve de usar a força militar, criando uma tirania muito pior que a de Atenas. As cidades
tinham de pagar impostos e manter uma guarnição de soldados espartanos para garantir a ordem.
A liberdade das cidades não existia. O predomínio de Tebas A tirania de Esparta foi se tornando insuportável. Depois de algum tempo, Atenas, Corinto e Tebas se uniram contra Esparta.
Os tebanos enfrentaram e derrotaram o exército espartano nas batalhas de Leuctra, em 376 a.C., e Mantinea, em 362 a.C. Tebas passou a ser a cidade mais importante da Grécia. Ela formou uma nova confederação da qual participaram todas as cidades gregas, agora debilitadas pelos longos anos de guerra civil.
Não demorou muito para que elas caíssem nas mãos de novos donos: os macedônios.

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