quinta-feira, 31 de julho de 2008

O século de ouro da cultura grega



As artes

Grande parte daquilo que os gregos criaram não era original. Eles herdaram muitos elementos das culturas dos cretenses e do Oriente Médio.
Apesar disso, os gregos conseguiram expressar na arte uma especial preocupação com o ser humano acima de todas as outras criações da natureza. Comparada com as criações das civilizações do Oriente Médio, a arte grega era relativamente simples. Essa simplicidade foi a base da chamada arte clássica.

As letras

O mundo deve aos gregos a criação de quase todos os gêneros literários, ou seja, de diferentes formas de expressão por meio da escrita. Além dos poemas homéricos, o século de ouro assistiu ao surgimento da poesia lírica.
O teatro surgiu nas festas que se realizavam todos os anos para homenagear Dioniso, o deus do vinho. Nessas festas, os gregos organizavam cortejos nos quais as pessoas apareciam fantasiadas com peles de cabra chamadas de tragedis. Elas davam voltas ao redor do templo e dialogavam com o público. Foi assim que nasceu a tragédia grega.
A comédia apresentava situações engraçadas. Contribuiu para a educação popular, pois satirizava e ridicularizava os defeitos da vida pública. Os gregos foram, também, o primeiro povo a se preocupar com a História. Eles deram ao mundo, por assim dizer, o primeiro historiador. Heródoto foi chamado de “pai da História”. Graças a ele, temos relatos de como era a vida grega durante o século V a.C.

As ciências

Os gregos se dedicaram ao estudo das causas da saúde e das doenças. Eles desenvolveram a medicina. Hipócrates foi considerado o “pai da medicina”.
Podemos dizer que a filosofia nasceu na Grécia. Foi lá que surgiram os pensadores que se preocupavam em saber a origem e o destino da existência humana. Os maiores filósofos - os “amigos do conhecimento” - gregos foram Sócrates, um ateniense que afirmava que a fonte da sabedoria está no próprio homem, Platão, que foi discípulo de Sócrates, e Aristóteles, criador da lógica, um macedônio que foi professor de Alexandre Magno.

A Grécia helenística

Depois das guerras civis, as cidades gregas entraram em um período de decadência. O luxo excessivo e a desunião entre as cidades agravou a situação.
Nesse momento, apareceu um homem cujo ideal transformou a Grécia clássica: Filipe da Macedônia. Esse homem unificou as cidades gregas e atacou o império persa. Seu filho, Alexandre Magno, realizou a conquista da Pérsia e difundiu a cultura grega no Oriente.

A Macedônia e Filipe II

Em 360 a.C., Filipe II, um jovem de 23 anos, subiu ao trono da Macedônia. Oito anos antes disso, tinha sido mantido refém em Tebas, onde recebeu uma educação grega. Lá, Filipe percebeu a fragilidade das cidades gregas e traçou um plano para transformar a Macedônia no principal Estado grego.
Ele chamou muitos sábios e professores gregos para difundir a cultura grega e, assim, “helenizar” os macedônios. Ao mesmo tempo, criou um poderoso exército, nos moldes do exército tebano.
Filipe reuniu representantes de todas as cidades gregas, menos Esparta, no Congresso Geral de Corinto. Nesse congresso, as cidades gregas decidiram formar uma nova liga, chefiada por Filipe, para atacar os persas.
Filipe tinha conseguido o que nenhum outro grego jamais conseguira. Mas, às vésperas da invasão da Pérsia, ele foi assassinado.
Seu projeto, entretanto, seria realizado por seu filho e sucessor, Alexandre.

Alexandre Magno

Alexandre Magno foi um personagem histórico que deu origem a muitas lendas e mitos. Ele foi chamado de “o grande” pelas incríveis façanhas que realizou. Alexandre foi aluno de Aristóteles, grande filósofo, e adquiriu uma vasta cultura. Além disso, era um excelente orador e tinha verdadeira paixão pelos esportes. Os homens e as mulheres da Antiguidade o consideravam um semideus.
Na primavera de 334 a.C., Alexandre Magno desembarcou perto de Tróia com um exército de 35 mil homens. Ele teria de enfrentar o exército persa, que contava com um milhão de soldados. Alexandre conquistou a Ásia Menor e libertou as cidades gregas que ficavam no litoral.
Depois desse triunfo, Alexandre derrotou os persas e capturou a família do imperador. Em pouco tempo, toda a Palestina havia se transformado numa província grega.
Seu próximo passo foi invadir o Egito, onde foi consagrado faraó. Alexandre fundou a cidade de Alexandria na desembocadura do rio Nilo, em homenagem a suas vitórias. Em 331 a.C. , toda a Mesopotâmia se rendeu perante o exército de Alexandre.
As conquistas mudaram o caráter de Alexandre. Ele foi se tornando muito vaidoso, cometendo injustiças e até crimes contra seus amigos. Mesmo assim, ainda conseguiu conquistar a Índia.
Após uma festa, Alexandre caiu vítima de uma febre violenta. Ele morreu doze dias depois, em 323 a.C., aos 33 anos. Quando Alexandre morreu, os generais que o haviam acompanhado em suas conquistas iniciaram uma luta feroz para repartir o império, que acabou sendo dividido em três grandes partes: o Egito, a Síria e a Macedônia.
As cidades gregas viveram uma fase decadente, de lutas e rivalidades, até
que foram conquistadas pelos romanos.

A civilização helenística

A maior obra de Alexandre Magno foi a difusão da cultura grega em todos os lugares que conquistou. Atrás das tropas, chegavam os sábios, os artistas e os pesquisadores gregos. Aos poucos, os povos conquistados foram adotando os costumes gregos.
A civilização helenística foi, portanto, a difusão da cultura grega no Oriente e a assimiliação de cultos e filosofias orientais no Mediterrâneo. Ao entrar em contato com as culturas do Oriente, a arte grega deixou de ser grega para ser universal.
Alexandria foi a capital do novo império e o centro do saber durante esse período.

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