quinta-feira, 31 de julho de 2008

O mundo grego: Grécia antiga, clássica e helenística

Durante aqueles séculos em que os gregos criaram todas as suas lendas, seus deuses e seus mitos, eles formaram as principais características do modo de vida que adotaram. Como já pudemos perceber, os gregos formaram cidades-estados. Ou seja, cada cidade se tornou um pequeno país.
Veremos agora como eram as cidades-estados gregas, como os gregos viviam, e que forma de governo eles adotaram.

A vida social
As casas dos gregos, em geral, eram pequenas. Eles gostavam mesmo era de se reunir nos arques e nas praças das cidades, onde conversavam e trocavam idéias.
A roupa que usavam parecia um pequeno lençol preso no ombro.
A vestimenta das mulheres era, muitas vezes, bordada.
Os estrangeiros tinham de pagar impostos e, em caso de guerra, deviam prestar alguns serviços à cidade na qual moravam.

A vida nas cidades
Os gregos moravam em cidades independentes que chamavam de pólis.
Os poemas homéricos descrevem os reis gregos como homens que aravam a terra, faziam trabalhos manuais. A agricultura era a principal riqueza. Por isso, a propriedade da terra era símbolo de prestígio.

As cidades-estados gregas
Vejamos, agora, como é que as cidades-estados se desenvolveram, e que tipo de governo elas adotaram. Veremos o exemplo das cidades que se tornaram as mais poderosas da Grécia: Esparta e Atenas.

Esparta
Esparta foi fundada pelos dórios. Como eram pouco numerosos, eles estabeleceram uma disciplina militar muito rígida para manter os privilégios que tinham conquistado. Esparta era uma verdadeira cidade-quartel. Tudo era submetido ao Estado, cuja principal função era fazer com que os cidadãos espartanos fossem bons soldados.
A terra, propriedade dos cidadãos, era cultivada por escravos que pertenciam ao Estado. O principal objetivo da vida dos espartanos era o engrandecimento do Estado. Ao nascer, uma criança que tivesse algum defeito físico era jogada de uma colina. Se fosse perfeita, ficava com a mãe até os 7 anos de idade.
Depois, permanecia sob o cuidado do Estado até chegar aos 60 anos.
Até os 18 anos, os meninos espartanos aprendiam a ler e a escrever. Eles tinham de fazer muitos exercícios físicos, além de sofrer muitos castigos, para se tornarem bons soldados. Dos 18 aos 30 anos, dedicavam-se exclusivamente ao exército. Depois entravam na Assembléia, onde participavam das decisões de governo. Só depois dos 60 anos é que podiam virar magistrados e ocupar cargos no governo.
As meninas eram educadas em casa, quase da mesma forma que os meninos.
Aprendiam a ler e a escrever e faziam muitos exercícios físicos para se tornarem mães de soldados perfeitos. A mulher espartana gozava de muito prestígio e de liberdade nas suas relações sociais, o que não acontecia nas demais cidades gregas.
O exército tinha um papel muito importante na vida dos espartanos. Foi por meio de seu exército que Esparta conseguiu se impor aos demais povos do Peloponeso.
Depois de dominar esses povos, os espartanos formaram a Liga do Peloponeso. Esparta tornou-se a cidade-estado mais forte da Grécia.


Atenas
Atenas foi fundada em homenagem à deusa da sabedoria. Os jônios construíram a Acrópole, que abrigava os edifícios públicos e o templo, numa colina. Na costa, eles construíram o porto do Pireu. Aos poucos, Atenas foi se tornando o principal centro dos jônios.
Os atenienses experimentaram várias formas de governo até chegar a uma forma que eles chamaram de democracia.
No início, os atenienses foram governados por um rei, cujo poder era limitado pelos eupátridas, os “bem nascidos”.
Nesse momento, os atenienses foram governados por uma monarquia baseada numa aristrocracia, ou seja, pelos eupátridas, que se revezavam no governo uma vez por ano.
Revoltas dos habitantes que não podiam participar do governo forçaram os governantes a escrever as leis, que só eram conhecidas pelos eupátridas. Drácon, um eupátrida, fez isso em 620 a.C. Ele redigiu leis que eram muito rígidas e que puniam todos os crimes com a morte. Os habitantes de Atenas não se conformaram: fizeram outra revolta e chamaram Sólon, outro eupátrida, para reformar as leis.
Sólon libertou todos aqueles que eram prisioneiros por dívidas, repartiu as terras que antes pertenciam apenas aos nobres, suavizou as leis de Drácon e incentivou a educação para todos os cidadãos.
Para suprimir os privilégios dos nobres, ele dividiu a sociedade em quatro classes, de acordo com as riquezas que as pessoas tinham. Os que possuíam mais dinheiro, e pagavam mais impostos, tinham mais direitos políticos.
O sistema não agradou à maioria das pessoas, e Sólon perdeu prestígio.
Em 560 a.C., Pisístrato conseguiu tomar o poder. Começou assim o período
de governo conhecido como tirania, assim chamado porque era um governo que
não tinha origem legal.
Pisístrato governou durante cinqüenta anos, respeitando as leis de Sólon e adotando várias medidas para proteger os atenienses pobres. Ele melhorou a agricultura, incentivou a colonização e protegeu as ciências e as artes. Atenas se tornou uma cidade muito bela.
Em 508 a.C., o governo passou para as mãos de Clístenes. Ele dividiu a cidade em cem distritos que foram chamados de demos, habitados por todo tipo de gente - ricos e pobres, nobres e plebeus. Todos os atenienses livres pertenciam a um demos e tinham o direito de escolher os chefes. Os atenienses chamaram esse sistema de governo de democracia.
A reforma de Clístenes criou os princípios da República. Esses princípios eram os seguintes:
as leis nascem da vontade dos cidadãos;
todos os cidadãos são iguais perante as leis;
todos os cargos públicos são acessíveis aos cidadãos que respeitam as leis.
Os atenienses contavam com várias instituições, por meio das quais a República se sustentava. Por exemplo:
O Senado estudava as leis que seriam propostas aos cidadãos e cuidava das relações com as outras regiões. Os membros do Senado eram escolhidos pelos demos;
A Eclesia, assembléia popular, era a instituição mais importante, da qual todos os cidadãos participavam. Ela se reunia uma vez por semana em praça pública. Lá, os cidadãos examinavam e votavam as leis propostas pelo Senado, escolhiam os magistrados e discutiam as questões públicas, ou seja, as que diziam respeito a todos os habitantes da cidade. As decisões da Eclesia
não podiam ser contestadas por ninguém.
Os cidadãos eram aqueles que nasciam na cidade e cujos pais eram atenienses. As mulheres, as crianças, os estrangeiros e os escravos, que formavam a maioria da população de Atenas, não participavam da democracia ateniense.
Os estrangeiros tinham de pagar impostos e, em caso de guerra, eram obrigados servir no exército.
Em certos momentos, os escravos formaram mais da metade da população da cidade. Eles cultivavam a terra dos cidadãos e trabalhavam nas oficinas dos artesãos.
Ao contrário do que ocorria em Esparta, as escolas atenienses eram particulares: as escolas públicas não existiam. Aos 7 anos, os meninos cujos pais podiam pagar uma escola começavam a freqüentar o ginásio, acompanhados de um escravo chamado pedagogo. Ao completar os 18 anos, registravam-se no demos e prestavam o serviço militar obrigatório. Aos 20 anos, tornavam-se cidadãos.
As mulheres ficavam em casa, tecendo, e não recebiam nenhum tipo de educação. Eram totalmente excluídas da vida política da cidade e não participavam das reuniões sociais e dos entretenimentos públicos, reservados exclusivamente para os homens.
Por volta do século V a.C., tanto Atenas como Esparta tinham se tornado muito poderosas. Era inevitável que seus interesses se chocassem. Antes disso, porém, um acontecimento muito importante fez com que toda a Grécia se unisse: foi a ameaça dos persas, que tentavam expandir seu império para além da Ásia

2 comentários:

Unknown disse...

estudo isso em história na escola são francisco de assis em pelotas, e isto vai cair nas provas finais da 5ª série , foi bom estudar um pouco por estes textos!

Anônimo disse...

Gostei de ler sobre o mundo grego e muito interessante para o trabalho que eu estou fazendo de Ética Sidadania