terça-feira, 3 de março de 2009

A Baixa Idade Média e o Declínio do Feudalismo


"A Baixa Idade Média corresponde ao período entre os séculos XII e meados do século XV. Nesse momento histórico ocorreram inúmeras transformações no feudalismo, como o renasci­mento do mundo urbano e o reaquecimento das atividades comerciais; o fim do trabalho servil; o surgimento da burguesia; a centralização política nas mãos dos monarcas; e as crises da Igreja Católica. Toda a trama histórica levou o sistema feudal ao seu limite, produzindo uma grave crise que desembocou na transição para o capitalismo.

As transformações internas do feudalismo

A passagem do século X ao XI foi um momento de mudanças na Europa feudal. Com o fim das invasões bárbaras (vikings e magiares), o mundo medieval conheceu um período de paz, segurança e desenvolvimento.
O primeiro dado importante refletindo esse novo momento foi o aumento da população. O crescimento demográfico foi ocasionado pelo fim das guerras contra os bárbaros e pelo recuo das epidemias, gerando uma que­da da mortalidade. Além disso, ocorreu uma suavização do clima, proporcionando mais terras férteis e colheitas abundantes.
Esse crescimento implicou maior demanda de alimentos, estimulando o aperfeiçoamento das técnicas agrícolas para aumentar a produção. Assim, o arado de madeira foi substituído pela charrua (arado de ferro), facilitando o trabalho de aragem; a atrelagem dos animais foi aperfeiçoada, permitindo o uso do cavalo na tração; os animais passaram a ser ferrados; os moinhos foram melhorados; e o sistema trienal se estendeu por toda a Europa, proporcionando melhor qualidade e maior quantidade de produtos agrícolas.
No entanto, todo esse inegável desenvolvimento técnico foi limitado, não atendendo ao crescimento da população e, portanto, do consumo. Inicialmente novas terras foram ocupadas e desbravadas. Além disso, ocorreu um fenômeno histórico novo para a Idade Média, o êxodo rural, ou seja, parcelas consideráveis das populações rurais dirigiram-se para as cidades.

Esse crescimento implicou maior demanda de alimentos, estimulando o aperfeiçoamento das técnicas agrícolas para aumentar a produção. Assim, o arado de madeira foi substituído pela charrua (arado de ferro), facilitando o trabalho de aragem; a atrelagem dos animais foi aperfeiçoada, permitindo o uso do cavalo na tração; os animais passaram a ser ferrados; os moinhos foram melhorados; e o sistema trienal se estendeu por toda a Europa, proporcionando melhor qualidade e maior quantidade de produtos agrícolas.
No entanto, todo esse inegável desenvolvimento técnico foi limitado, não atendendo ao crescimento da população e, portanto, do consumo. Inicialmente novas terras foram ocupadas e desbravadas. Além disso, ocorreu um fenômeno histórico novo para a Idade Média, o êxodo rural, ou seja, parcelas consideráveis das populações rurais dirigiram-se para as cidades.

Renascimento urbano

As cidades, portanto, começaram a crescer durante a Idade Média a partir do desenvolvimento agrícola, que garantia o abastecimento, e das atividades de troca do excedente (a sobra da produção agrícola, resultado de uma quantidade maior de produtos do que as necessidades de consumo imediato), ou seja, do comércio.
O revigoramento do comércio trans­formou as villas, as cidades portuárias e as antigas regiões das feiras comerciais, que se tornaram permanentes. Várias cidades desenvolveram-se junto dos castelos e mosteiros fortificados, em razão da proteção proporcionada por seus muros. Provavelmente surge daí a denominação burgo para as cidades, pois essa palavra significa fortaleza e castelo (do latim burgo). Os que habitavam os burgos, exercendo atividades comerciais e manufatureiras, constituíram um novo segmento social no sistema feudal, conhecido como burguesia.

Como inicialmente as cidades eram patrocinadas pelos senhores feudais, os burgueses se submetiam à sua autoridade. Todavia, com o crescimento do comércio e o fortalecimento da burguesia, as cidades iniciaram movi­mentos de independência (movimentos comunais). Essas lutas ocorreram basicamente de duas maneiras:
a) as cidades alcançavam sua liberdade de forma pacífica, pela compra de cartas de franquia, que lhes asseguravam autonomia política e administrativa;
b) ou então através da luta violenta, muitas vezes com o apoio de alguns monarcas que procuravam se fortalecer diante dos senhores feudais.

Obtida a liberdade, as cidades passavam a ser governadas pelos setores mais enriquecidos do comércio e da manufatura, que organizavam seus setores e propiciavam o desenvolvimento econômico dos centros urbanos. Cada setor artesanal organizava-se de acordo com sua especialização (ferreiro, alfaiate, marceneiro, etc.), constituindo corporações de oficio (também conhecidas como guildas ou grêmios). Sua função era evitar a concorrência e, por isso, fixavam os preços dos produtos e os salários, controlavam a qualidade e a quantidade das mercadorias.
Em cada corporação havia uma rígida hierarquia, organizada do seguinte modo:

• mestre (dono da oficina);
• jornaleiro (assalariado);
• e o aprendiz, que trabalhava em troca de aprendizado do ofício, casa e alimentação.

No final da Idade Média essa divisão se acentuou com a monopolização da riqueza pelos mestres, que começaram a explorar a mão-de-obra assalariada. Portanto, lentamente o trabalhador servil foi desaparecendo das cidades.
Os comerciantes também organizavam suas corporações, conhecidas como hansas. A Liga Hanseática, reunião de várias hansas, destacou-se a partir de meados do século XIII (reunia inúmeras hansas de cidades da região de Flandres).
Mais ao norte, a Hansa Teutônica foi muito influente nas atividades comerciais, agrupando várias hansas na região da Alemanha.

Revigoramento comercial

Pois bem, é possível perceber que o reaquecimento das atividades comerciais ocorreu ao mesmo tempo que a produção agrícola e manufatureira crescia e as cidades se desenvolviam.
Nesse período dois setores artesanais se destacaram: o da construção e, principalmente, o têxtil. A primeira região manufatureira têxtil se concentrou em Flandres (séculos XII e XIII) e não sobreviveu à concorrência.O norte da Itália substituiu Flandres na produção manufatureira durante o século XIII. A partir do final desse século e no século XIV a Inglaterra se destacou na produção, deixando de ser apenas fornecedora de matéria-prima.
O comércio dos produtos agrícolas e manufaturados inicialmente cumpria a função de suprir demandas internas localizadas. Entretanto, o comércio internacional de longa distância era ao mesmo tempo mais perigoso e lucrativo. Suas atividades ocorriam entre o Mediterrâneo oriental e a Europa e internamente no continente europeu. As Cruzadas (expedições militares estimuladas pela Igreja Católica e organizadas pelos nobres cristãos, visando a libertação dos lugares santificados —Jerusalém, por exemplo —, domina­dos pelos muçulmanos) tornaram-se instrumentos fundamentais para a ampliação dessas atividades comerciais, pois elas asseguraram às cidades européias a hegemonia do comércio no Mediterrâneo.
Havia dois eixos comerciais funda­mentais que dominavam o comércio marítimo: no sul, Veneza e Gênova dominavam o comércio no mar Mediterrâneo; no norte, Flandres (Holanda e Bélgica). Entre esses dois pólos surgi­ram inúmeras rotas comerciais, fluviais e terrestres. O comércio ocorria nas grandes feiras, e as que mais se destaca­ram foram as da região de Champagne (França), bem no centro da Europa.
Com a Guerra dos Cem Anos (1337-1453, entre França e Inglaterra) o comércio terrestre foi muito prejudica­do, levando Champagne ao declínio e propiciando a ascensão de flandres. O comércio entre o norte da Europa e o sul da França passou a ocorrer através da navegação marítima, cruzando o estreito de Gibraltar. Portugal começou a despontar então como ponto de escala privilegiado, o que fomentou suas atividades comerciais portuárias.

A monetarização da economia

O crescimento urbano e comercial proporcional a afluência e o câmbio (troca) de moedas, que readquiriram função importante nas atividades comerciais. Nessa nova situação, destacou-se o mercador que lidava especificamente com as moedas: o cambista ou banqueiro.
Por meio da cobrança de taxas, esses mercadores cambiavam todo tipo de moeda, faziam empréstimos e emitiam títulos de valores, ou seja, certificados que garantiam a um comerciante a propriedade de determinada quantia de moedas, que ficavam sob guarda e proteção do banqueiro.
Desse modo, o comerciante ficava seguro contra possíveis assaltos e poderia realizar seus negócios apenas trocando esses certificados com outros banqueiros ou comerciantes. Os principais banqueiros do período, logicamente, concentra­ram-se nas cidades mais ricas: Gênova e Veneza.

Toda essa nova situação econômica não era mais compatível com o feudalismo, que acabaria sendo superado após uma grave crise do sistema. Assim, é possível perceber que, lentamente, o próprio sistema feudal criava novos elemententos que o desestruturam por dentro."

8 comentários:

Anônimo disse...

No começo, qundo diz: "Esse crescimento implicou maior demanda de alimentos...", o paragrafo emvaixo dele é exatamente igual.

Anônimo disse...

agors eu estou fazendo trabalho

Anônimo disse...

minha professora de história pediu pra gente ter no caderno a baixa idade media mas é para amanha isso é mt mt ! oq eu fasso????

Danni disse...

ameiii

itala disse...

adorei esse sete ele e legal fez eu tira de na prova

Anônimo disse...

mt mt obrigado me ajudou muito

Anônimo disse...

Nossa você escreve muito bem,sabe e nem sou muito fã de blogs e história,embora eu tenha um blog junto com a escola nunca entrei em outros e o seu é fascinante dá vontade de ler por muito tempo (o que eu fiz),e amei!Obrigada também por me ajudar a estudar e a me fascinar mais por história

Anônimo disse...

As informações são ótimas, só não identifiquei como era a educação na baixa idade media.........